Ser adulto, término e pão francês
Ok, estou atrasada rs mas eu vim!!! Vamos ao papo Entre Pantufas da semana?
1. O que é ser adulto?
Hoje confesso que estou um pouco menos melancólica (finalmente!) e quero conversar sobre algo diferente. Recentemente, vi um vídeo da Sara Duelli (uma diva, juro) falando sobre o livro Quatro Amores do C.S. Lewis - esse quase foi o tema da semana, porque fiquei fascinada com o assunto. Porééém... preferi guardar com carinho para daqui a algumas semanas, quando eu efetivamente terminar de ler o livro.
Então, se quiser fazer parte da discussão, dá tempo de começar também (um mini clube do livro pode nascer daqui, quem sabe?). E claro: se ainda não é inscrita, já aproveita pra não perder quando esse papo sair!
Mas vamos ao tema de hoje:
o que significa ser adulto?
Há quem diga que a vida adulta começa aos 18, por uma definição legal. Outros dizem que é um processo biológico, algo que varia de pessoa para pessoa, conforme o ambiente e as circunstâncias.
Eu, longe do ramo do direito ou da biologia, só posso opinar como gente comum:
acredito que não há marco mais real da vida adulta do que fazer o que precisa ser feito, mesmo quando é desconfortável. E, sim, isso significa que nem sempre seremos 100% adultos. Porque mesmo crescendo continuamos sempre carregando todas as idades anteriores que vivemos. E mesmo sendo hoje nossa versão mais velha, ainda temos comportamentos infantis eventualmente.
Quando eu era criança, achava que os adultos eram um tipo de gente completamente diferente dos pequenos. Hoje, adulta, vejo que minha criança ainda vive em mim, mas que não posso é deixá-la comandar minha vida. Porque, se for ela quem manda, eu não levanto da cama nos dias frios, não vou à academia, não cumpro agenda, nem pago minhas contas. Maaaas, sendo adulta, faço o que é preciso, mesmo que eu não queira. 🫠🫠🫠
O curioso é que várias vezes, nos últimos anos, tive a sensação de “agora sim, virei adulta”: quando fiz 18, quando passei no vestibular, quando fui morar sozinha pela primeira vez, quando tive meu primeiro salário, quando me sustentei, quando fiquei noiva, quando vim morar com meu noivo…
Cada uma dessas fases me pareceu o marco final da maturidade. Mas aí vinha a próxima e eu percebia que a anterior nem era tanto assim. E quer saber? Perceber isso hoje me dá um alívio profundo. Porque eu costumava me assustar com a ideia de que, se vivermos até os 80, teremos mais de 60 anos de vida adulta. Que injusto! Só uns 12 anos de infância… e mais de 60 de boletos?
Felizmente, hoje vejo que a vida adulta não é uma fase só. Ela é feita de muitas microfases. É como um grande quebra-cabeça cheio de novas peças: casamento, filhos, novos ciclos profissionais, aniversários marcantes, mudanças de casa, aprendizados, perdas, cachorros fofos, rotinas novas e surpresas boas.
A vida adulta, quando olhada de perto, não é tão monótona quanto a gente imagina quando é criança. Ela pode ser cheia de recomeços. Talvez a gente precise só de um pouco mais de ternura ao olhar pra ela. Ou de pantufas mais confortáveis, vai saber. 🤷🏻♀️
2. História de seguidora
O que é isso???? Sim! Um quadro novo por aqui! 💃🕺
Toda semana quero trazer uma história de seguidora. Pode ser um texto seu, uma historia engraçada ou trágica, um pedido de conselhos… O que a criatividade mandar! 🫡 No final da minha resposta à essa história dessa semana vou deixar um botão para que você também me envie a sua.
Mas, vamos ao que interessa:
Um namoro de 9 anos e um término repentino. 🫣
Namoro há 9 anos e 3 meses. (gabi: omg, mas vou poupar comentários porque vocês podem ter começado bem novos)
Relacionamento incrível, não me dava motivos pra ficar maluca nem nada, na verdade as vezes quem arrumava problema era eu. Fomos viajar no fim do ano passado e fiquei 3 meses na Europa com ele, foi basicamente um "teste drive" de morar juntos e tudo mais. Foi tudo maravilhoso e incrível, e enquanto estávamos lá, estávamos pensando em formas de eu conseguir ficar na Europa sem ter que voltar (ele tem cidadania portuguesa), e então resolvemos que nos casaríamos em agosto em Portugal.
Eu voltei em março e ele ficou na Europa, e ficaríamos até dia 01/06 sem nos vermos (ele chegou dia 01/06) e TODO SANTO DIA ele só falava do nosso casamento (o pedido ia acontecer em algum momento quando ele tivesse aqui no Brasil) e ele estava muito animado, e eu também estava animada, porque começaríamos a construir nossa vida juntos. Porém desde o dia 01/06 quando ele voltou, ele simplesmente disse que precisava de um tempo (gabi: ??????) e que queria ficar sozinho, disse que eu não tinha feito nada de errado e que eu era incrível, mas que ele queria ficar sozinho e disse que teríamos que adiar nossa mudança pra Europa por questões financeiras (até aí não tinha problema algum porque ele teria que bancar boa parte no começo até eu me estabelecer financeiramente) (gabi: uai gente, mas ele só percebeu isso em JUNHO sendo que vocês estavam falando sobre desde o fim do ano? sei não…), o problema foi que ele resolveu me afastar como se eu não fosse ninguém na vida dele. E aí no dia dos namorados ele não falou comigo e a noite eu acabei ligando pra ele perguntando o que tava acontecendo e ele disse que não tinha certeza de mais nada na vida dele. Daí perguntei se isso englobaria nosso namoro e ele disse "de tudo". Desde então eu to sem saber o que fazer da minha vida porque eu só choro e to em estado de choque porque ele pediu um tempo e disse que "lá pro final de julho" a gente vê se conversa.
Simplesmente não falei mais nada desde segunda passada que foi a última vez que conversamos sobre isso, e em todo momento eu ficava dizendo "não faz isso com a gente" e ele só pedia desculpas (porém sem emoção alguma) e eu só ficava falando dos nossos planos e ele ficava quieto dizendo que não tinha mais plano nenhum (gabi: ok eu já to muito p da vida) e começou a dizer que a minha felicidade não devia depender dele (sendo que nosso relacionamento era totalmente saudável, e pô foram 9 ANOS) (gabi: sim, não acho que tem nada a ver com a felicidade depender dele e sim que vocês literalmente estavam planejando SE CASAR).
Disse que era pra cada um viver a nossa vida separado e que não era pra eu esperar por ele "igual uma boneca de pano" (gabi: aqui eu já teria bloqueado esse homem e nunca mais permitido que ele ouvisse falar nada sobre mim) e que era pra eu ser feliz e viver a minha vida.
Eu não acreditei em uma palavra do que ele dizia, parecia que era outra pessoa. Eu perguntava se ele tinha conhecido alguém e ele disse "você sabe que não é isso". No fundo eu sei que não, porque ele sempre foi muito certo do que queria pra vida dele e nunca me deu motivo de desconfiança (gabi: nesse ponto acho que não podemos mais confiar muito nele, né?).
Eu tinha a família dele como minha família e até mesmo eles não falaram comigo nem nada. E aí meu namorado disse que tava bem mas que tinha que passar por "essa coisa toda sozinho". (gabi: que coisa gente?)
Eu to tão mal, porque ele não terminou comigo mas ao mesmo tempo terminou, sabe? To tentando viver a minha vida mas tem sido impossível. Tenho um tcc pra escrever e não to com cabeça alguma. Tenho um estágio pra trabalhar e meu rendimento caiu super...
O dinheiro sempre foi algo muito importante pra ele sabe, e ele sempre foi muito ambicioso... e ele disse que tudo que ele tinha planejado pra gente foi por água abaixo (porque ele trabalha pra uma empresa lá de fora e ele tá sem receber há alguns meses, até esse foi o motivo dele ter voltado da Europa, porque ele tinha se "mudado" pra lá em outubro do ano passado) só que se fosse somente a questão financeira, não acho que seria suficiente pra ele me afastar da vida dele assim do nada...
Eu to me sentindo uma idiota, porque eu sei que eu não tinha dependência emocional, mas a partir do momento que meu namoro de 9 anos simplesmente acabou e não acabou (ao mesmo tempo), eu estou super mal porque eu confiava tanto nele e me sentia tão segura que parece que eu não conheço a pessoa com quem me relacionei.
Ok, vamos lá:
Amiga, que história difícil. E antes de qualquer coisa: eu sinto muito. É muito injusto você ter sido puxada pra um plano tão grande, tão sério (casamento, mudança de país, vida nova…), pra de repente se ver completamente sozinha no meio disso tudo, sem nem entender o que aconteceu.
Mas deixa eu te falar com todo carinho e também com a seriedade que essa situação pede: isso não é só um “tempo”. Isso é um rompimento disfarçado. Um fim que ele não teve coragem de assumir. E, pior ainda, no momento mais crucial.
Porque o ponto nem é o fato dele ter tido dúvidas. Dúvidas acontecem. A vida adulta é cheia de incertezas, e amar alguém não nos blinda disso. Mas quem ama de verdade, quem tá ali pra construir junto, se compromete a ser uma presença, especialmente quando a coisa aperta. E ele fez exatamente o contrário. Se afastou, esfriou, te deixou no limbo. Como se fosse possível colocar um relacionamento de 9 anos em pausa, como se você fosse algo que ele pudesse deixar esperando em stand-by enquanto ele “resolve a cabeça dele”.
Mas o que mais me incomoda e me preocupa nessa história é que esse era justamente o momento em que ele mais deveria ter te passado segurança. Vocês iam casar, mudar de país, você ia começar uma vida nova, com tudo o que isso exige emocional e financeiramente. E ele, que tanto insistia nessa construção, escolheu sair de cena justo agora? Me desculpa, mas isso revela muito. E não é sobre dinheiro. Não é sobre a empresa que atrasou pagamento. Não é sobre ter que adiar os planos. É sobre caráter.
Porque se ele realmente estava passando por dificuldades, por que não te chamou pra conversar, pra ajustar os planos, pra pensar junto? Ele simplesmente te cortou. E o que era pra ser uma crise enfrentada a dois, virou abandono unilateral.
E aí, com toda a dor que isso traz, eu só consigo pensar uma coisa: que livramento isso ter acontecido agora. Antes de você mudar de país, antes de você depender dele financeiramente, antes de você se ver isolada numa vida nova, sustentada por alguém que, na primeira instabilidade, mostra que não sabe sustentar nem a própria palavra.
Doa o quanto doer, essa dor ainda está te protegendo de uma dor maior lá na frente. Imagina descobrir isso casada, longe de casa, sem apoio, com sua vida inteira baseada numa pessoa que não sabe lidar com crise sem desaparecer?
Você não tá sendo fraca. Você tá colhendo os cacos de uma promessa quebrada. E você vai se reconstruir. Você é grande. E um dia vai olhar pra trás e entender que isso, por mais cruel que pareça agora, foi a melhor coisa que poderia ter acontecido.
Porque o amor de verdade não some no primeiro contratempo e você merece muito mais do que alguém que vai embora justo na hora de ficar.
Sinta daí com carinho meu abraço de amiga. Tenho certeza que você ficará bem.
Se quiser nos contar sua história, mande sua mensagem por aqui:
A publicação sempre será anônima!
3. Receita da semana 👩🏻🍳
Ok, agora para afogar as mágoas pós término ou de crise existencial pela vida adulta, a receita da semana é um pão francês delicioso pro seu café da tarde!!! Porque nada melhor pra superar uma crise do que ocupando a cabeça (e o estômago):
🥖 Pão Francês Caseiro
Ingredientes (rende cerca de 10 pãezinhos):
500g de farinha de trigo (aproximadamente 3 e ½ xícaras)
10g de fermento biológico seco (1 sachê)
10g de açúcar (1 colher de sopa)
10g de sal (1 colher de sopa rasa)
300 ml de água morna (aproximadamente)
1 colher de sopa de manteiga (opcional – ajuda na maciez da massa)
Modo de preparo:
Ative o fermento (opcional se quiser garantir):
Misture o fermento seco com o açúcar e 100 ml da água morna. Deixe descansar por 5 a 10 minutos até espumar.Misture os ingredientes secos:
Em uma tigela grande, coloque a farinha de trigo e o sal. Misture bem.Adicione os líquidos:
Junte o fermento ativado (ou o sachê direto, se preferir) e vá adicionando o restante da água morna aos poucos, misturando com as mãos ou com uma colher de pau. Adicione a manteiga se estiver usando.Sove bem:
Transfira a massa para uma superfície enfarinhada e sove por cerca de 10 minutos até que ela fique lisa e elástica. A massa deve ficar levemente grudenta, mas não pegajosa. O ponto é aquele soltando da mão.Primeira fermentação:
Coloque a massa de volta na tigela, cubra com um pano limpo e deixe crescer por cerca de 1h a 1h30, ou até dobrar de tamanho.Modele os pãezinhos:
Divida a massa em porções (10, mais ou menos), faça bolinhas ou modele no formato tradicional (cilíndrico com pontas mais finas). Faça um corte longitudinal com faca afiada ou lâmina.Segunda fermentação:
Coloque os pãezinhos em uma assadeira levemente untada ou com papel manteiga. Cubra e deixe crescer por mais 40-60 minutos.Asse com vapor:
Leve ao forno pré-aquecido a 230°C, com uma forma com água quente na parte de baixo do forno (isso cria vapor e ajuda na crocância da casca). Asse por 25 a 30 minutos, ou até dourar bem.
💡 Dicas:
Se quiser a casquinha mais crocante ainda, borrife água dentro do forno nos primeiros 10 minutos de cozimento.
Para um toque especial, pincele os pãezinhos com água antes de assar.
Esse foi o Entre Pantufas dessa semana! Espero que esteja gostando e nos vemos na próxima semana ❤️🩹
Ainda digerindo tudo.. uauuu!
Gabi, que texto maravilhoso! Estou para entrar na casa dos vinte e tenho pensado muuito nesse assunto. E realmente, sempre pensamos ser mais adultos do que no dia anterior, quando no fim é um processo.
Amei a receita, já quero testar hihihi 💗